Sempre achei que os médicos estudam para ajudar a salvar vidas e deveria ser a profissão com a melhor remuneração entre todas as outras. Infelizmente alguns médicos não merecem o título que carregam e tiraram a vida do meu irmão com a sua ignorância.
Minha irmã escreveu um relato para que possamos punir os responsáveis e evitar que outra família sofra o que nós estamos enfrentando.
A quem possa interessar, escrito por Heddy Lamarca:
"Segue o relato dos últimos dias da vida do meu irmão devido a falha de toda a equipe médica do Hospital Itamaraty Rebouças, Green Line Sistema de Saúde.
Rubens Antonio Lamarca, nascido em 14/01/60, casado com Mara Luiza Ramos Lamarca, pai de três filhos, Leandro Lamarca, 24 anos, Italo Lamarca, 21 anos e D’Artagnan Lamarca, 12 anos, possuía um plano de saúde familiar com a empresa GreenLine Sistema de Saúde.
No dia 05 de fevereiro (sexta-feira) a noite, o meu irmão, Rubens, sentiu fortes dores abdominais e náuseas na madrugada para sábado. Dirigiu-se ao Pronto Socorro do Hospital Itamaraty Rebouças, situado a Av. Rebouças, 2274 – Jardim América, acompanhado pelo seu filho Italo, por volta das 3 horas da manhã (sábado 06/02).
O médico que o atendeu na madrugada decidiu interná-lo para ficar em observação. O médico da manhã, Dr. Romeu, solicitou exame de Urina tipo I e hemograma completo. Os quais foram feitos as 5 horas e 26 minutos do dia 06. O hemograma apresentou um aumento de leucócitos (infecção). Este médico, em seguida, solicitou um exame de ultra-sonografia de abdome total, o qual foi realizado as 9 horas e 44 minutos, ou seja, mais de 5 horas após a sua internação. O médico informou ao meu irmão que o resultado do exame não mostrava nada de anormal, e que o diagnóstico era gases por infecção intestinal.
No domingo (07/02/10), o meu irmão teve fortes tremores, uma bacteremia, e o Dr. Fabio, solicitou exames de Urina Tipo I novamente, Bilirrubinas, TGO, TGP, gama glutamiltransferase, fosfatase alcalina e amilase, os quais foram feitos as 13 horas e 6 minutos. No exame de urina já mostrou um grande aumento de Proteína na Urina, e o aspecto que era ligeiramente turvo no primeiro exame já aparecia como turvo neste; e a cor que era amarelo ouro, já estava âmbar (normal=amarelo citrino), além de leucócitos e hemácias apresentarem aumento. Neste mesmo dia iniciou a diarréia intensa e vômito.
Na segunda-feira (08/02) a minha irmã e a minha mãe foram visitá-lo e ficaram muito assustadas em ver como a barrida dele estava grande. Acreditamos que havia iniciado o quadro de abdome agudo. No final do dia a minha mãe me ligou muito preocupada, como eu não podia sair do trabalho, no dia seguinte, terça-feira (09/02) liguei para falar com o Dr. Rafael, médico da equipe da cirurgia que estava acompanhando o caso.
O Dr. Rafael me informou por telefone que ele estava com uma infecção intestinal, e que a barriga grande devia-se ao fato de gases pela fermentação. Inclusive me informou que ele estava dando alta da cirurgia para ser acompanhado pelo clínico geral.
No dia seguinte, quarta-feira (10/02), o Dr. Carlos, clínico geral, passou em visita, e solicitou uma colonoscopia e endoscopia. A minha mãe esteve lá nesta manhã e até discutiu pois a alimentação que veio para ele, estava em desacordo com a dieta prescrita. A minha mãe procurou o Dr. Carlos pelo hospital e informou a ele o que havia vindo para o almoço, arroz, feijão e bife. O Dr. Carlos se assustou e solicitou para alterarem.
Eu consegui ir visitá-lo neste dia a noite. Não queriam me deixar entrar devido ao término do horário de visita. Insisti e consegui entrar. Ao vê-lo me assustei com o tamanho da barriga, a minha mãe tinha razão. Eu fui na administração para saber qual seria o horário da colonoscopia e o administrador me informou que o convênio ainda não havia autorizado fazer o procedimento. Liguei para a minha cunhada, esposa dele, a qual contatou a Green Line para pressionar a autorização. Finalmente conseguimos a autorização e ele faria o exame no dia seguinte, vinte e quatro horas depois da solicitação do médico.
Antes de eu ir embora disse a ele que andasse um pouco pelo corredor do hospital para aliviar as dores
Na quinta-feira (11/02), logo pela manhã, deram para ele manitol para o preparo para realizar a colonoscopia. Após tomar o remédio, ele piorou muito.Começou a ter diarréia descontrolada, vômito e ficar ofegante. Eu, no local do meu trabalho ligava para o celular dele e ele mal conseguia falar. O manitol provavelmente causou mais danos o que o deixou com dificuldade para respirar. Quando percebi pelo telefone que ele estava muito mal, liguei para a minha mãe pedindo para ela ir até lá com a minha irmã Eneida. Quando elas chegaram lá, a tarde, a Eneida me ligou dizendo que ele estava muito mal, com manchas roxas nas pernas, quase sem respirar e que não tinha médico. Eu disse a ela para começar a fazer escândalo, para falar que chamaria a polícia, a Secretaria de Vigilância Sanitária, etc. A Eneida começou a gritar na administração do hospital, apareceu uma médica do Pronto Socorro, Dra. Vessia, a qual pediu um exame de Gasometria Arterial. Devido ao escândalo que a minha irmã fez, o médico da UTI, não lembro o nome dele, subiu até o quarto e disse: “ Quero um cirurgião aqui agora!!!”. Neste mesmo tempo, eu peguei um taxi e fui para o hospital.
Quando eu cheguei já tinha um cirurgião acompanhando, Dr. Fabio. O meu irmão estava deitado na cama do quarto, com oxigenação no nariz mas com muita dificuldade para respirar. O Dr. Fabio me disse que iria transferi-lo para a UTI. O elevador do hospital estava quebrado, desceram o meu irmão em cadeira de rodas pelas escadas com quatro homens para carregá-lo. Eu queria transferi-lo para o Hospital do Brás, cheguei a pedir uma ambulância UTI, esta foi providenciada e estava na porta no aguardo, mas os médicos não autorizaram a transferência dele.
Após aproximadamente duas horas de atendimento na UTI, nos deixaram entrar para visitá-lo. Ele estava mais aliviado, respirando um pouco melhor. Colocaram sonda gástrica, sonda e para urina. Quando eu entrei observei que da sonda gástrica, saia um líquido muito sujo, desconfiei que fosse fezes. Ele estava lúcido conversou comigo e com a minha mãe e depois com a esposa dele. Do lado de fora da UTI o Dr. Fabio conversou conosco e disse que não seria possível a transferência pois o estado dele estava instável. Eu perguntei se o que estava saindo do nariz não era fezes e ele disse que não, disse que era suco gástrico. Então eu disse que na manhã seguinte iríamos transferi-lo. Naquela madrugada, não sabemos o que aconteceu pois o médico de plantão, Dr. Julio, não quis conversar com a família.
Na manhã de sexta-feira (12/02) a minha mãe foi para o hospital acompanhar a transferência, ele saiu da UTI já desacordado (entubado e sedado). Disseram para a minha mãe que tinham sedado ele para facilitar o transporte.
No hospital do Brás, eu cheguei as 14 horas e pedi para falar com o médico da UTI. O Dr. Bruno veio conversar comigo, eu perguntei como ele estava e se ele estava em sépsis, ele me disse que o estado era grave que estava entrando neste estado mas que nem sempre a sépsis é devido a infecção, que poderia ser uma inflamação. Ele me disse que havia chamado um cirurgião para avaliar o caso. Eu discuti com ele pois pelo pouco conhecimento que tenho, sépsis é infecção generalizada.
Por volta das 18hs, o cirurgião, Dr. Edwin, nos chamou e disse: “O caso é muito grave, ele está em choque por sépsis, está com fezes no estômago e precisa ser operado agora. Não sei o que ele tem, o que encontraremos, mas precisamos abri-lo. Eu quero dividir a responsabilidade com vocês pois como estou pegando o caso agora, não sei se ele sobreviverá a cirurgia”.
Entramos em desespero. Pedimos a ele que operasse e que fizesse o que estivesse ao seu alcance.
Ao entrar no centro cirúrgico ele teve uma parada cardíaca mas conseguiram reanimá-lo e iniciaram a cirurgia. No final o Dr. Edwin disse que era uma apêndice suporada e com vazamento de fezes por toda a cavidade abdominal, que eles limparam mas ele estava com febre muito alta e que ainda o caso era gravísssimo.
No sábado, 13/02, a minha cunhada, seu irmão e seu filho foram na visita da UTI as 16 horas e o médico disse que o estado era muito grave, que a febre não sedia e que a pressão era zero e estava sendo mantida com medicamentos.
No domingo, 14/02, eu recebi a ligação do hospital dizendo que o médico da UTI queria conversar com a família e tive que preparar a minha família para a pior notícia de nossas vidas......o falecimento do meu irmão.
Causa Mortis: Apêndice supurada, abdome agudo, choque séptico e falência de múltiplos órgãos."
Rubens Antonio Lamarca, nascido em 14/01/60, casado com Mara Luiza Ramos Lamarca, pai de três filhos, Leandro Lamarca, 24 anos, Italo Lamarca, 21 anos e D’Artagnan Lamarca, 12 anos, possuía um plano de saúde familiar com a empresa GreenLine Sistema de Saúde.
No dia 05 de fevereiro (sexta-feira) a noite, o meu irmão, Rubens, sentiu fortes dores abdominais e náuseas na madrugada para sábado. Dirigiu-se ao Pronto Socorro do Hospital Itamaraty Rebouças, situado a Av. Rebouças, 2274 – Jardim América, acompanhado pelo seu filho Italo, por volta das 3 horas da manhã (sábado 06/02).
O médico que o atendeu na madrugada decidiu interná-lo para ficar em observação. O médico da manhã, Dr. Romeu, solicitou exame de Urina tipo I e hemograma completo. Os quais foram feitos as 5 horas e 26 minutos do dia 06. O hemograma apresentou um aumento de leucócitos (infecção). Este médico, em seguida, solicitou um exame de ultra-sonografia de abdome total, o qual foi realizado as 9 horas e 44 minutos, ou seja, mais de 5 horas após a sua internação. O médico informou ao meu irmão que o resultado do exame não mostrava nada de anormal, e que o diagnóstico era gases por infecção intestinal.
No domingo (07/02/10), o meu irmão teve fortes tremores, uma bacteremia, e o Dr. Fabio, solicitou exames de Urina Tipo I novamente, Bilirrubinas, TGO, TGP, gama glutamiltransferase, fosfatase alcalina e amilase, os quais foram feitos as 13 horas e 6 minutos. No exame de urina já mostrou um grande aumento de Proteína na Urina, e o aspecto que era ligeiramente turvo no primeiro exame já aparecia como turvo neste; e a cor que era amarelo ouro, já estava âmbar (normal=amarelo citrino), além de leucócitos e hemácias apresentarem aumento. Neste mesmo dia iniciou a diarréia intensa e vômito.
Na segunda-feira (08/02) a minha irmã e a minha mãe foram visitá-lo e ficaram muito assustadas em ver como a barrida dele estava grande. Acreditamos que havia iniciado o quadro de abdome agudo. No final do dia a minha mãe me ligou muito preocupada, como eu não podia sair do trabalho, no dia seguinte, terça-feira (09/02) liguei para falar com o Dr. Rafael, médico da equipe da cirurgia que estava acompanhando o caso.
O Dr. Rafael me informou por telefone que ele estava com uma infecção intestinal, e que a barriga grande devia-se ao fato de gases pela fermentação. Inclusive me informou que ele estava dando alta da cirurgia para ser acompanhado pelo clínico geral.
No dia seguinte, quarta-feira (10/02), o Dr. Carlos, clínico geral, passou em visita, e solicitou uma colonoscopia e endoscopia. A minha mãe esteve lá nesta manhã e até discutiu pois a alimentação que veio para ele, estava em desacordo com a dieta prescrita. A minha mãe procurou o Dr. Carlos pelo hospital e informou a ele o que havia vindo para o almoço, arroz, feijão e bife. O Dr. Carlos se assustou e solicitou para alterarem.
Eu consegui ir visitá-lo neste dia a noite. Não queriam me deixar entrar devido ao término do horário de visita. Insisti e consegui entrar. Ao vê-lo me assustei com o tamanho da barriga, a minha mãe tinha razão. Eu fui na administração para saber qual seria o horário da colonoscopia e o administrador me informou que o convênio ainda não havia autorizado fazer o procedimento. Liguei para a minha cunhada, esposa dele, a qual contatou a Green Line para pressionar a autorização. Finalmente conseguimos a autorização e ele faria o exame no dia seguinte, vinte e quatro horas depois da solicitação do médico.
Antes de eu ir embora disse a ele que andasse um pouco pelo corredor do hospital para aliviar as dores
Na quinta-feira (11/02), logo pela manhã, deram para ele manitol para o preparo para realizar a colonoscopia. Após tomar o remédio, ele piorou muito.Começou a ter diarréia descontrolada, vômito e ficar ofegante. Eu, no local do meu trabalho ligava para o celular dele e ele mal conseguia falar. O manitol provavelmente causou mais danos o que o deixou com dificuldade para respirar. Quando percebi pelo telefone que ele estava muito mal, liguei para a minha mãe pedindo para ela ir até lá com a minha irmã Eneida. Quando elas chegaram lá, a tarde, a Eneida me ligou dizendo que ele estava muito mal, com manchas roxas nas pernas, quase sem respirar e que não tinha médico. Eu disse a ela para começar a fazer escândalo, para falar que chamaria a polícia, a Secretaria de Vigilância Sanitária, etc. A Eneida começou a gritar na administração do hospital, apareceu uma médica do Pronto Socorro, Dra. Vessia, a qual pediu um exame de Gasometria Arterial. Devido ao escândalo que a minha irmã fez, o médico da UTI, não lembro o nome dele, subiu até o quarto e disse: “ Quero um cirurgião aqui agora!!!”. Neste mesmo tempo, eu peguei um taxi e fui para o hospital.
Quando eu cheguei já tinha um cirurgião acompanhando, Dr. Fabio. O meu irmão estava deitado na cama do quarto, com oxigenação no nariz mas com muita dificuldade para respirar. O Dr. Fabio me disse que iria transferi-lo para a UTI. O elevador do hospital estava quebrado, desceram o meu irmão em cadeira de rodas pelas escadas com quatro homens para carregá-lo. Eu queria transferi-lo para o Hospital do Brás, cheguei a pedir uma ambulância UTI, esta foi providenciada e estava na porta no aguardo, mas os médicos não autorizaram a transferência dele.
Após aproximadamente duas horas de atendimento na UTI, nos deixaram entrar para visitá-lo. Ele estava mais aliviado, respirando um pouco melhor. Colocaram sonda gástrica, sonda e para urina. Quando eu entrei observei que da sonda gástrica, saia um líquido muito sujo, desconfiei que fosse fezes. Ele estava lúcido conversou comigo e com a minha mãe e depois com a esposa dele. Do lado de fora da UTI o Dr. Fabio conversou conosco e disse que não seria possível a transferência pois o estado dele estava instável. Eu perguntei se o que estava saindo do nariz não era fezes e ele disse que não, disse que era suco gástrico. Então eu disse que na manhã seguinte iríamos transferi-lo. Naquela madrugada, não sabemos o que aconteceu pois o médico de plantão, Dr. Julio, não quis conversar com a família.
Na manhã de sexta-feira (12/02) a minha mãe foi para o hospital acompanhar a transferência, ele saiu da UTI já desacordado (entubado e sedado). Disseram para a minha mãe que tinham sedado ele para facilitar o transporte.
No hospital do Brás, eu cheguei as 14 horas e pedi para falar com o médico da UTI. O Dr. Bruno veio conversar comigo, eu perguntei como ele estava e se ele estava em sépsis, ele me disse que o estado era grave que estava entrando neste estado mas que nem sempre a sépsis é devido a infecção, que poderia ser uma inflamação. Ele me disse que havia chamado um cirurgião para avaliar o caso. Eu discuti com ele pois pelo pouco conhecimento que tenho, sépsis é infecção generalizada.
Por volta das 18hs, o cirurgião, Dr. Edwin, nos chamou e disse: “O caso é muito grave, ele está em choque por sépsis, está com fezes no estômago e precisa ser operado agora. Não sei o que ele tem, o que encontraremos, mas precisamos abri-lo. Eu quero dividir a responsabilidade com vocês pois como estou pegando o caso agora, não sei se ele sobreviverá a cirurgia”.
Entramos em desespero. Pedimos a ele que operasse e que fizesse o que estivesse ao seu alcance.
Ao entrar no centro cirúrgico ele teve uma parada cardíaca mas conseguiram reanimá-lo e iniciaram a cirurgia. No final o Dr. Edwin disse que era uma apêndice suporada e com vazamento de fezes por toda a cavidade abdominal, que eles limparam mas ele estava com febre muito alta e que ainda o caso era gravísssimo.
No sábado, 13/02, a minha cunhada, seu irmão e seu filho foram na visita da UTI as 16 horas e o médico disse que o estado era muito grave, que a febre não sedia e que a pressão era zero e estava sendo mantida com medicamentos.
No domingo, 14/02, eu recebi a ligação do hospital dizendo que o médico da UTI queria conversar com a família e tive que preparar a minha família para a pior notícia de nossas vidas......o falecimento do meu irmão.
Causa Mortis: Apêndice supurada, abdome agudo, choque séptico e falência de múltiplos órgãos."
Um comentário:
Olá, meu nome é Bruna! Eu li o seu post, e queria dizer que aconteceu algo muitissímo parecido com minha mãe há 1 ano e meio atrás! Nós tinhamos esse plano Greenline e ela morreu com infecção generalizada, devido a uma RetoColite Ulcerativa com Perfuração de Reto!!! Anote o meu email que eu te passo o relato por lá!
bru_leaozinha_hp1@hotmail.com
Nós sabemos que nada vai trazer de volta a vida do seu irmão, tão pouco a vida da minha mãe, mas queremos que a justiça seja feita!
Que Deus possa confortar vc e a sua familia!
Obrigada pela atenção!
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