quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O menino e a bola


Foto: uma bola diferente

Ele queria jogar bola.... precisava daquilo. Não agüentava mais aquela rotina chata de sua vida... Decidiu então tomar uma atitude para mudar aquela situação.
Não poderia jogar bola com qualquer pessoa, tinha que ser algo mágico, inesquecível. Pensou numa pessoa especial, com quem já havia brincado no passado, uma pessoa que tinha deixado saudade. Pegou sua bola mais bonita e saiu para convidar a tal querida.

Ela ficou contente pelo convite, porém sua vida estava mudada e recusou o convite num primeiro momento. Mas ele lembrou dos velhos tempos, de um tempo mágico como eram livres e felizes juntos. Afinal, porque será que tinham parado de brincar? Ela, assim como ele, não sabia responder. Pensaram apenas em recuperar o tempo perdido. Quanto mais olhavam a bola, mais as lembranças vinham e o encantamento aumentava. Ela decidiu então jogar tudo pro alto e o seguir.... jogariam bola onde quer que ele a quisesse levar.

Porém, quando ele percebeu que tudo estava certo para a mudança, ele parou e pensou. Será que ele queria mesmo jogar bola? Será que a bola não poderia estragar? Furar ou ser danificada? Afinal de contas, a bola era dele. E se caísse na casa de alguém? E se quebrassem uma vidraça? O que diriam dele? E ele teve medo de brincar, de ser feliz de novo... o que faria da sua vida se, de fato, aquela sua rotina chata acabasse? E sentiu medo, muito medo!

E ele decidiu que não queria mais brincar. Decidiu ficar apenas com as lembranças do passado e da imaginação de um futuro inexistente. Tinha medo de viver, de querer e poder mais.... Recolheu a bola e disse a ela que não queria mais brincar.

E aquela pessoa escolhida com tanto cuidado, ficou alí parada, já com as chuteiras nos pés, olhando pra ele ir embora.

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