sexta-feira, 24 de julho de 2009

Eu falo, tu falas, ele fala...


Estava lendo um texto de Pollyana Ferrari sobre Comunicação Interna, quando um de seus apontamentos me fez parar para pensar sobre a verdadeira identidade do jornalismo.
O texto provoca uma reflexão sobre o jornalismo cidadão. Ela escreve que se voltarmos um pouquinho no tempo, precisamente no século XIX, na Revolução Francesa, vamos nos deparar com milhares de panfletos que circulavam em volta da Bastilha. Além do Le Monde, estavam também presentes no conflito, jornais pequenos, fanzines e panfletos. Todos independentes da grande Mídia, e onde as pessoas se expressavam de forma livre e aberta. O jornalismo tinha um papel social, cidadão.

Hoje nos deparamos com a internet 2.0 e seus blogs, twitter, facebooks e outros tantos que ainda virão. As pessoas expressam suas opiniões da forma como querem. Compartilham suas idéias e experiências como consumidores, fornecedores, eleitores, de forma livre e aberta. Também hoje, estamos cada vez mais independentes da mídia tradicional?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Depois da tempestade sempre vem a bonança

Ele gostava muito de nadar no mar aberto. Podia pegar as ondas e ir nadando quase até a praia, onde as crianças brincavam e riam. Ele amava as crianças, mesmo que tivesse que observá-las apenas de longe. Gostava de ver a praia agitada, pessoas caminhando, jogando bola, molhando os pés naquelas águas frescas.
Naquele dia estava cansado. Havia nadado muito para chegar lá. Observava as crianças como sempre fazia quando de repente uma grande onda o surpreendeu. A batida foi tão forte que o levou até a areia. Estava atordoado e mal conseguia abrir os olhos. Achava que desta vez não escaparia com vida daquela jornada. Porém, uma gata que passava por ali o avistou. Se aproximou dele e ficou admirada com sua força de vontade em se recuperar e voltar a nadar.
Gostou dele no mesmo instante e contrariando as leis da natureza, que dita que gatos comem peixes, ela o ajudou a voltar para a água. Muito contente e já nadando, ele deu um salto e acrescentou uma pirueta no ar para chamar sua atenção. Ela era uma gata muito bonita e seriam amigos a partir daquela data.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

As primeiras escolhas

Ela entrou na loja meio distraída. Em meio a 'um mar' de peixes e acessórios, encontrou uma bula:
‘Resolveu instalar um aquário em casa? Ótima escolha. Outros mascotes, como os gatos, por exemplo, precisam de muito mais atenção. Mas se você conta com pouco tempo e só pode dedicar a eles alguns minutos por dia, os peixes são os mascotes ideais.

Mas cuidado: nunca se esqueça de que são seres vivos. Muito sensíveis, se magoam com facilidade. Porém, cuidando com eficiência de suas necessidades básicas, serão sempre bons companheiros. O início é a etapa das decisões: se vai ser um aquário marinho ou de água doce, se estará integrado à parede ou ocupará um lugar central na sala... Essa é a beleza do aquarismo: você é a rainha desse mundo aquático cheio de cores e movimentos suaves.

Depois é só escolher o peixe. Estude pacientemente as características de cada um antes de se decidir... Cuidado com escolhas apressadas e erradas. Pense também em suas características e identifique o peixe que melhor caberá no seu aquário.’

sábado, 4 de julho de 2009

O peixe e sua gata

Foto: O peixe e a gata (nanquim e aquarela sobre papel 45 x 61cm - Fernando França, 2007)

A era de peixes

A menina sentia falta de seu gato. Nunca mais soube dele ou foi surpreendida com suas visitas inesperadas. Após o último encontro, decidiram que não se veriam mais. Ela sentia muita saudades dele. Seu jeito arrojado, impetuoso, sua valentia... Sem falar que ele era o gato mais gato entre todos os gatos que ela tinha visto. Mas sabia que não poderia encontrá-lo de novo. Decidiu então comprar um aquário e cuidar de peixinhos. Eles eram sensíveis, leais, companheiros, divertidos e não ficavam de léu em léu.

O Gato Leo tentava esquecê-la de todo jeito. Tentou substituí-la por outra menina florida qualquer, mas ninguém conseguia ser como ela. Sentiam saudades um do outro mas sabiam que um amor entre eles era impossível.

Um dia porém, a menina passeava por aí, quando ouviu um miado muito peculiar: "Miauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu"- seu coração disparou. Era ele, o seu Gato Leo.

Leonardo diz:
- E aí menina...
Menina diz:
- Que surpresa! Saudade de você Gato...

Ele como sempre, muito sedutor, não poderia deixar passar uma oportunidade de encontrá-la de novo, e completou: "Saudade foi feita para se matar..."

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Meninas super poderosas



Reveillon, as duas resolveram viajar. Lana estava chateada porque tinha várias insatisfações no seu relacionamento atual, e Nel estava com alguns problemas com seu ex, mas também iniciando um novo relacionamento com um rapaz que conhecera recentemente. Resolveram ir para a praia e passar alguns dias relaxando. Estavam preparadas para pegar o ‘congestionamento do século’ pois sabiam que estavam em ótima companhia.

Nunca haviam viajado juntas apesar de se gostarem bastante.... Lana, muito pragmática em tudo, pediu para Nel levar um livro, ela estava levando o seu também. Imaginava que se a viagem fosse um tédio, teriam algo melhor para fazer. Notaram porém, no final da viagem, que nem olharam para eles.

Chegaram bem tarde e estavam muito cansadas. Não do trânsito, pois não pegaram nenhum, mas nas mandíbulas, de tanto falarem. A pousada era muito charmosa e aconchegante. Na manhã seguinte foram direto pra praia, dar um mergulho no mar. Lana continuou seu relato sobre o seu atual relacionamento e num momento de desabafo, Lana usou um termo profissional para elucidar sua insatisfação em relação à suas escolhas no relacionamento: “...percebi que a melhor situação para uma mulher é ser ‘a outra’, e eu deveria ter continuado assim...era bem melhor! Fui Junior.... junior, Nel...” – as duas caíram na risada.

Nel contava também para Lana que era muito exigente e crítica e que vinha encontrando dificuldades em seus relacionamentos em função disso. Disse que tinha feito seu mapa astral com a mesma astróloga de Lana e que a percepção detalhada era que tudo para Nel tinha que estar dentro de uma caixinha, perfeitinha e hermeticamente fechada. Nel adorava astrologia e comprou uma sinastria que analisava seu novo relacionamento, para ver se combinavam ou não. O texto era extenso, mas achou justo compartilhar com ele, uma vez que havia feito o investimento. Obviamente a história não deu muito certo. Após relatar o fato, Lana comprovou mais uma vez um velho apelido de Nel....era a Alice, em carne e osso..... Afinal, quem mandaria uma sinastria (texto com 488 linhas) para um homem, e ainda imaginaria que ele acharia o máximo?

Após todos os desabafos e aconselhamentos de Nel.... truques e dicas sobre como lidar com situações adversas no relacionamento (Nel fazia isso muito bem para suas amigas, e claro, nunca funcionava com ela), Lana estava melhor e seu relacionamento estava novamente as mil maravilhas. Em contraponto, Nel não foi muito feliz com o resultado da sinastria amorosa com seu novo namorado. Ele era um pouco cético e levou a sinastria ao ‘pé da letra’. Colocou tudo numa planilha e não apenas as coisas boas, que por sinal eram a maioria, mas enfatizou as dificuldades que teriam no relacionamento. Tiveram uma discussão sobre uma resposta atravessada e Nel ficou bastante chateada. Lana quase dormindo ainda tentava acalmá-la, mas Nel estava no auge irritação e em plena TPM. Lana dizia: “Nel, você tem que ter mais paciência, mudar sua forma de entender as coisas etc etc” – Nel estava muito brava, e olhando para Lana respondeu: “Ele tem dois ‘ps’?” – Lana que estava com os olhos quase fechados, os abriu de repente e disse: “Como assim dois ‘ps’?” e Nel continuou: “O dia que eu conhecer um homem com dois ‘ps’, eu mudo meu jeito” – as duas caíram na risada e Lana disse que também queria um homem com dois ‘ps’.

A viagem estava terminando.... Já sabiam quais as praias tinham gatos, gays, mordomia, os ‘menos afortunados...’e os borrachudos. Evidentemente tinham repetido as praias que tinham os gatos... Fizeram trilha no meio do mato e já tinham descoberto com quem poderiam contar na ausência de banheiros... Nel tinha combinado de ficar lá na praia e esperar seu amado para passarem juntos o final de semana, mas os planos mudaram. Estavam as duas no carro, novamente prontas para muita conversa durante o ‘enorme’ congestionamento. Para sua surpresa a estrada estava vazia no retorno, e mal conseguiam saber o caminho de volta... haviam dito para elas: “sigam o fluxo...” – mas que fluxo?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Meu pai


Foto: bandeira do coração

Trecho de um livro ainda não publicado

Férias de verão ou férias de inverno, não importava, íamos sempre pra praia. Qualquer oferta diferente era recusada de imediato. Minha mãe tinha que ficar em São Paulo porque meus irmãos já estavam na faculdade, e eu , junto com minhas amigas, minha avó e meu pai, partíamos para um mês na praia. Engraçado como nas lembranças, parece que as férias eram mais compridas antigamente.

Meu pai, ah! Sempre meu paizão companheirão.... Ele sempre gostou de carros grandes, e como um Corinthiano fanático, tinha um adesivo do Corinthians no vidro de trás. Acho que todos nós, os quatro filhos, nos tornamos torcedores também por amor a ele.

Eu sempre tive muito orgulho dele, é um pai presente e foi um profissional exemplar. Ele desenhava muito bem e estudou na faculdade de Belas Artes. Acho impressionante ele mesmo ter criado e desenhado a fachada e planta de sua própria casa - aquela que idealizou para morar com sua família, e também a casa da praia. Lembro que quando eu tinha qualquer trabalho de escola, os colegas pediam para que eu levasse pra casa, pois sabiam que viria uma ajudazinha dele.

Não sei se pelo fato de eu ser a "caçulinha" ou por afinidade mesmo, mas sempre ganhei atenção e carinho especial dele. Até hoje, quando vou visitá-los, ele abre um sorrisão quando me vê, e aí de mim, se vou embora e na pressa, não me despeço dele....

Quando eu era pequenininha ele me chamava de batatinha. Hoje em dia, diz pra quem quiser ouvir: " ... essa menina é um encanto! Uma doçura....".

Pai, a bandeira do nosso CORINTHIANS é o meu presente para o seu dia! Te amo muito....

Publicado a primeira vez em 07/08/08