segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Opostos complementares

Foto: Parecidos (paixão por zebras)
O que pode ser mais gostoso do que ser diferente de alguém e identificar nessas diferenças objetos tão complementares ao mesmo tempo?
"O que é belo não é só belo.
O que é bom não é apenas bom.
O belo mistura-se ao que é feio.
A fruta amadurece depois apodrece doa-se, sementes, reciclando a vida.
Som e silêncio se harmonizam, transformam-se em música.
O antes e o depois se interpõem.
A frente e as costas do homem complementam-se simetricamente.
O que é belo não é só belo.
O que é bom não é apenas bom.
O todo tem dois tons, dois lados.
Dividir o que é uno é errado.
Exaltar só um lado do todo é uma tolice, engano crucial.
Quem pode esconder do olho o bem, e escolher e relevar a todos só o mal?
O sábio não é de forçar a barra, ele não divide o que é único.
Sabe que no um há sempre dois; que de dois nascerá o três.
E mais... Não adapta o mundo a si, tem ciência de que não é o seu autor.
Age e nada espera em troca.
Às coisas ele não se prende, nem as enlaça, por isso seu valor torna-se perene.
O que é belo não é só belo.
O que é bom não é apenas bom.
O todo tem dois tons, dois lados...."
Adaptação poética de idéia de Lao Tsé, de O Livro do Caminho

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