segunda-feira, 7 de julho de 2008

Por que orelha de abano?


Foto: Revista MAD

Estava pensando num nome para o blog quando minha filha perguntou: "Mamãe, quem tem orelha de abano escuta melhor?" Pronto! Foi o que bastou para a escolha do nome. Ao contrario que se possa imaginar, a primeira lembrança que veio não foi da história do Chapeuzinho Vermelho e seu Lobo Mau, mas sim das gigantes orelhas de abano do personagem da lendária revistinha MAD, que meu irmão colecionava quando eu era pequena.

Será que ficou evidente a relação do nome do blog e a revista MAD?rs. Brincadeiras à parte, acho que no mundo em que vivemos temos que escutar melhor, falar melhor, ver melhor e também amar melhor. Segundo o Renato Russo: "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há"

Segue um pouquinho da história da revista MAD para os saudosos como eu...

História - Por Otacílio d´Assunção
A história da revista MAD tem mais de meio século. Embora ela tenha demorado 22 anos para chegar ao Brasil, desde 1952 tem feito a cabeça de norte-americanos de várias gerações. Quando o primeiro número foi publicado em setembro de 1952, poucas pessoas se aperceberam de que aquilo seria uma mania que iria durar décadas e décadas a fio. Hoje, ultrapassada a barreira do ano 2000, a MAD continua firme e forte, e individualmente é a revista mais vendida da DC Comics, que atualmente controla a revista.

Como tudo começou? Por incrível que pareça, por mero acaso. O criador da revista, Harvey Kurtzman, trabalhava para a E.C. Publications, que estava faturando bem por ter lançado uma linha de revistas de terror que fazia o maior sucesso, das quais Tales From The Crypt era o carro-chefe. Os Contos da Cripta foram criados pelo dono da editora, William Gaines, e pelo editor do grupo de terror e ficção-científica, Al Feldstein. Eram histórias apresentadas por uma trinca de âncoras sobrenaturais: O Zelador da Cripta, o Guardião da Câmara e a Bruxa Velha. Esses três, nas páginas das revistas de terror da editora, contavam histórias macabras com um estilo bem cínico, que logo se destacaram da concorrência, tornando a E.C. a líder no mercado. Todas as revistas de terror eram editadas por Al Feldstein, que escrevia a maioria das histórias, mas a Entertaining Comics Gordon, Lone Ranger, Pato Donald e outros personagens famosos da época eram implacavelmente escrachados pela revista, e o público delirava.
O sucesso da revista motivou o aparecimento de um sem-número de imitações, uma delas sendo Panic, lançada pela própria EC e que era considerada "a única imitação autorizada de MAD". Usava basicamente o mesmo grupo de colaboradores (Will Elder, Jack Davis, John Severin e Wally Wood) e a única diferença era que era editada por Feldstein. Gaines agora estava literalmente nadando em dinheiro, pois não só as revistas de terror davam um bom lucro, como MAD estava faturando horrores. Só que um pequeno problema aconteceu: nos EUA começou uma perseguição aos gibis, e principalmente contra os de terror da EC, considerados barra-pesada demais por psicólogos, pedagogos e autoridades. Foi instaurada uma CPI no Senado norte-americano para estudar o problema e todas as baterias se voltaram contra Gaines. Na verdade, tudo não passou de uma articulação política das editoras concorrentes para retirá-lo do mercado, mas os efeitos foram devastadores: jornaleiros e distribuidores, temendo represálias, começaram a se recusar a vender as revistas e o império de Gaines desmoronou. Ele tentou, ainda, mudar a linha editorial da E.C., mas o fracasso foi total: somente a MAD sobreviveu ao massacre.

Nenhum comentário: